A Força: coisa oculta e pouco estudada na Maçonaria
- Irmão Marcelo Artilheiro
- 17 de dez. de 2024
- 3 min de leitura
A Força é uma das três colunas da maçonaria (pronto simplifiquei), todavia, assim como as outras, são pouco estudadas. Em regra, opta-se mais por estudar as “ferramentas” do que propriamente os fundamentos, pilares ou colunas sobre as quais a Grande Obra é edificada. Muito se discute sobre a régua, esquadro, compasso, Ritos e etc., contudo, tais itens são meros utensílios, instrumentos a serem utilizados de acordo e submissos a tais colunas estruturantes. Significa dizer que pouco importa se o “piso” está nivelado, se a parede está no prumo, ou se os ângulos estão retos ou se a edificação ficou bela, se os fundamentos ou os pilares estiverem fracos ou foram ou mal feitos, tudo sucumbirá, pois a construção contrariou seus próprios fundamentos e diretrizes. É necessário lembrar da pequena parábola contada por Jesus no fim do Sermão da Montanha: “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha.”
Por mera lógica, não se pretende com este singelo ensaio exaurir a Força, mas tão somente iniciar a reflexão sobre tal “coluna”, oportunidade em que destaco que no, pequeno período em que estou na maçonaria, mas precisamente 18 anos e 15 dias, não tiver a satisfação de assistir um trabalho sobre tal tema, bem como de ler peças sobre tal fundamento, assisti e li pequenas peças de arquiteturas que discorreram tangencialmente sobre a força.
Nas ciências comuns, a força é definida como uma grandeza, uma relação entre dois corpos, podendo inclusive atuar no vácuo. É algo capaz de alterar ou manter o movimento ou o repouso de um “corpo”, partículas ou de “algo”. Logo, a Inércia (ausência de reação), quer seja física, intelectual, moral,espiritual ou maçônica está relacionada com força, ou seja, ausência de reação/movimento, o famoso comodismo, “sempre foi assim” é incompatível com a força, com a famosa “força de vontade”. É momento propício para lembrar que sabedoria projeta, a beleza adorna, mas é a força quem executa. Por sua vez, a Constância (imutabilidade), também se relaciona com força, ou seja, a resistência, ou como se diz: é preciso ter “força de caráter” para não sucumbir às corrupções do cotidiano, para não ouvir o “canto das sereias”, para permanecer maçom e especialmente para reconhecer suas próprias fraquezas e limites.
Enquanto cientificamente é preciso estudar muito para compreender a força, o que é indispensável também para sua perfeita compreensão na maçonaria; há em nós uma noção primitiva de força, ainda que indefinível e irredutível, todos nos lembramos que, quando crianças, tínhamos orgulho de dizer para o coleguinha ”tenho mais força que você”. Há também outras noções de força utilizadas no dia a dia como se diz: “ é preciso muita força para se vencer as drogas”, “ é preciso força de vontade para vencer na vida”. Escritores famosos de diversos ramos também produzirem noções alternativas de força:
O amor é a força mais sutil do mundo. Mahatma Gandh
As palavras têm a leveza do vento e a força da tempestade. Victor Hugo
A força do direito deve superar o direito da força.Rui Barbosa
É penoso meu trabalho, escrever pouco para ser lido, mas não tão pouco, para não dizer nada. É preciso ter força para isso! A força, por falar nisso: lembram da força G? Tão falada durante as corridas de fórmula 1? A Força está relacionada ao Equilíbrio, ou seja, a capacidade de suportar tensões (interesses diversos, divergências de entendimento, de interpretações e etc.) ou forças opostas (Yin e Yang), inclusive forças da própria natureza, do próprio homem (vícios, instinto e etc). É esta Força que faz olhar para aquela mulher em trajes decotados (os seios à mostra) ou muito apertados (calça leggings) e é esta mesma força que fez uma mãe levantar uma carro para salvar seu filho. É a Força que mantém o Equilíbrio dos elementos da natureza e da Grande Obra, cuja sustentação é equilibrada/dividida em 03 grandes colunas (Sabedoria, Força e Beleza).
Para você que teve a força de vontade de chegar até aqui. Parabéns! Por fim, cabe destacar que a Força mecânica na Grande Obra é inútil e que mais importante do que saber que coisa é a força, é saber medi-la.
Lembremos do que disse O poeta T.S. Eliot: "Numa terra de fugitivos, aquele que anda na direção contrária parece estar fugindo".
OBS.: Texto sem revisão
Joinville (SC), 14 dezembro de 2024.
Ir.´. Marcelo Artilheiro

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