A IMAGEM NÃO É TUDO: A CPI DO TEMPLO DE SALOMÃO
- Irmão Marcelo Artilheiro
- 23 de jul.
- 4 min de leitura
É comum no “tempo de estudos” assistirmos apresentações de trabalhos, palestras, “lives” e etc., nas quais, vários irmãos dizem que no “Rito Schröder” “não tem isso”, “não tem aquilo”, que “não trabalhamos numa “oficina”, (como se algum Rito efetivamente trabalhasse fisicamente numa oficina). Alguns dizem até que trabalhamos num “puxadinho”, algo como uma gambiarra arquitetônica, estilo “favela”, um “quartinho” ao lado “obra”, improvisado, ou seja, se o pessoal do Ministério do Trabalho fizer uma vistoria certamente dirá que é “condição análoga à de escravo”. Outros dizem orgulhosamente que “nós” “não construímos o templo de Salomão (como se os outros irmãos, de outros Ritos, sujos de cimento e com as mãos calejadas, sem contribuir para o INSS, sem EPIs e etc., estivessem a construir tal obra, que por sinal deve ser pública, pois nunca acaba, são muitos “aditivos” srsrsrr, dê certo se continuar assim, teremos um novo “petrolão”, ou uma nova “lava jato”, quem sabe até uma “CPI do Templo de Salomão”.)
Ao contrário dos outros Ritos, ao menos para mim, no Rito Schröder” a imagem não é tudo. Presumo que o idealizador do Rito partiu da premissa de que todos os que ingressam na Maçonaria e em especial no “Rito Schröder” ” sejam “inteligentes”, se não é for assim, a culpa é nossa; pois deveríamos selecionar melhor os candidatos, inclusive porque no Rito há até a “noite de convidados”, ou seja, mais um filtro ou procedimento relacionado a admissão, logo, todos os que fazem parte do Rito possuem ou deveriam possuir a capacidade de entender e compreender um pensamento ou coisa sem que ela seja mostrada (imagem), ou seja, valoriza-se o pensar e não a imagem. Em outras palavras, a imagem não precisa existir fisicamente para a coisa existir no Rito/Maçonaria.
Assim, impõe-se presumir que todos: os aprendizes, companheiros e mestres compreendem o que é um compasso e ou um esquadro sem que lhes seja necessário mostrar as imagens, pegar nos artefatos e etc., afinal, uma Sessão Maçônica não é como alguns pensam, uma “apresentação” feita aos “comuns”, como numa reportagem televisiva na qual o repórter não consegue falar de um assunto sem mostrar a imagem; coitado para falar de enchente aparece com a “água até os joelhos”, debaixo da chuva, todo molhado para dizer que choveu e uma rua está alagada srsrrsrsrrs; se for um incêndio, o triste aparece roxo, sufocado pela fumaça, tossindo e perto do fogo, como se fosse uma “costela fogo de chão”, assando lentamente. Será que “nós” também somos assim? Só entendemos uma coisa se a coisa for mostrada? Não há espaço para o pensar?
Nessa “Maçonaria” meramente física, visual e tangível criada e difundida por alguns, as metáforas perderam a função, é necessário explicar a “explicação” ou explicar algo imaterial de forma física, é comum muitos irmão dizerem que “todos somos iguais” apontando para o chão (piso do templo) e dizendo que é porque “estamos no mesmo plano” (nível), o que é equivalente a dizer que é o chão que nos iguala rsrrsrsrsrsrrsrs. Como fica se estivermos todos num avião?
Em tempos de power point, de animação gráfica, de IA, do “doctor Google” e etc., é até hilário assistir o V.M. no decorrer da iniciação devolver a cartola ao iniciado, dizendo que com este ato, lhe devolveu a liberdade.(Se ele devolver a cartola? Cabe habeas corpus?). Muitos dos que pensam que sabem do Rito, alguns por estarem mais de 20 (vinte) anos na Maçonaria, nivelam tudo por baixo e se limitam a repetir “velhos mantras”, muitas das vezes, confundem o símbolo com a coisa e ou, substituem uma palavra por outra, mas que não guarda semelhança com o conteúdo. O Maçom, ao contrário de um bom vinho, não melhora com o tempo, não basta ficar “parado”.
É, na Maçonaria e em “nosso Rito” temos muitos “Tomés”, para “eles” é necessário “ver pra crer”, “ler para aceitar”, tudo tem que estar no Ritual e literalmente, sob pena de “não existir no Rito”. Como eu já disse, em nosso Ritual não há muitas “palavras”, mas isso não quer dizer que elas ou as coisas que ela representa não existam na Maçonaria e no mundo, por exemplo: (me perdoem os mais iluminados, detesto dar exemplo, é uma afronta aos pensadores.), em nosso Ritual não há os verbetes/palavras: Helicóptero, eletrocardiograma, internet, fake news e etc. Indago: Será que no mundo e na maçonaria só existem as coisas que constam em nossos Rituais "Schröder” ? Será que existe mesmo esse negócio de internet…….? Não está no Ritual! Rrsrrsrsrsrrs. Infelizmente, muitos “sem fé” pedem inconscientemente: "Deixe que eu toque em suas feridas". Será verdadeira a afirmação que “Não existe pecado do lado de baixo do equador”?
“Por fim”, o que me “mata” (aos mais afoitos, destaco que é apenas uma figura de linguagem) é a afirmação de alguns irmãos que dizem que “nosso Rito” (Schroder) é “humanista” para diferenciá-lo dos demais. Indago: Existe algum Rito maçônico que não seja humanista? Existe uma maçonaria desumana? É isso? Ao aceitarmos tais explicações, afirmações e ensinamentos nos tornamos meros consumidores de ilusão, de meras repetições. Indago: “Valeu a pena, ê, ê, Valeu a pena, ê, ê”, nossas iniciações?
Parafraseando Belchior e Elis Regina na música “Como os Nossos Pais”: minha dor é perceber que apesar de tudo, tudo o que estudamos, lemos, aprendemos e escutamos, ainda somos os mesmos e vivemos, ainda somos os mesmos e vivemos,.......... .
Por fim, por gentileza, não concordem comigo.
Carmo (RJ), 23 julho de 2025.
OBS.: Texto sem revisão.
C.A.M. e T∴F∴A∴
Ir.´. Marcelo Artilheiro

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