DE PEDRA BRUTA A PEDRA ÚTIL, "POLIDA" NÃO!
- Irmão Marcelo Artilheiro
- 27 de mar. de 2020
- 3 min de leitura
Presente texto não tem por escopo reproduzir textos e pensamentos já incessantemente e cotidianamente repetidos em artigos, peças de arquiteturas ou apresentações, mas sim, apresentar uma "nova" perspectiva, convidar a todos a uma reflexão, uma análise diferente das pedreiras (lojas) em funcionamento, uma linha de produção de "maçons", uma fábrica de "líderes", um linha de reprodução em massa de "pensamentos". Maçons pré-moldados ou "pré-fabricados". A ditadura de sermos iguais, falarmos iguais, de pensarmos iguais, o I, Robot ( Eu, Robô); o Eu, Maçom.
Tá tudo "errado"! inicialmente, convém dizer que não há modelos. O maçom não deve ser apenas seu próprio escultor, mas também seu próprio arquiteto (a sabedoria projeta). Ele busca o autoconhecimento ("conhece-te a ti mesmo"), para o autoplanejamento, autoaperfeiçoamento e autoconstrução, dai o porque de na Arte Real não poder existir linha de produção, e para tanto, a Pedra Bruta antes de tudo, deve ser livre, retirada da pedreira e também da linha de produção, e para tanto Nietzsche nos deu um conselho: “torna-te quem tu és“. Mas o que isso quer dizer? TORNE-SE MAÇOM.
Só pode ser livre (maçom) quem conhece a si mesmo.
Só pode ser livre (maçom) que constrói a i mesmo.
Só pode ser livre (Maçom) quem não serve a si mesmo.
O auto conhecimento é, em menor proporção, o conhecimento do próprio Criador (façamos o homem a nossa imagem e semelhança), destarte, o homem ao conhecer a si mesmo, compreende a Deus, compreende a arte real.
Assim, ser maçom é o ofício de planejar e esculpir a si mesmo, não de se deixar planejar e esculpir.
A supervalorizada pedra polida, aquela fabricada na linda de produção, não tem valor. Não se pode esquecer que todo valor é um perspectiva e tudo que é fabricado em "massa" e é abundante, tem pouco valor, é simples: veja quanto você, pedra polida vale.
Temos que repensarmos o que é a verdade, qual a verdadeira função da Loja e o verdadeiro objetivo da Ordem. Impõe-se compreender que pensar não é contemplar a "realidade" como posta, mas sim criar novas realidades. Infelizmente, adquirimos o hábito de pensarmos que a verdade é aquilo que nos foi dito, a ilusão da pedra polida, contudo, a verdade é cotidianamente criada e descoberta, o conceito tido como correto ontem, não é mais hoje. Buscamos desesperadamente dá as mesmas respostas, para as mesmas perguntas, para que "os mesmos", digam que elas estão certas, o conforto da reprodução. Mas é ilusão pensar que só porque os "mestres" dizem que a resposta esta certa, que ela esta certa. A produção em massa e a igualdade de pensamentos oculta a triste realidade, de que não há autoconhecimento, de que a pedra útil não pode ser produzida, mas sim autoproduzida, que a aparência de pedra polida oculta a inutilidade de tal pedra para a grande obra.
Assim, o primeiro grande inimigo da Pedra Bruta é medo, o medo de conhecer a si mesmo, medo de ser diferente, o medo de reconhecer a verdade, o medo de projetar-se, de não ser polido, mas útil. O verdadeiro maçom não se deixa ser criado, ele é seu próprio coautor (porque constrói em coautoria com Grande Criador) e ao mesmo tempo, não constrói irmãos (pedras polidas). Ao contrário do que pensam "alguns", os verdadeiros maçons (as pedras úteis) não querem seguir e nem ser seguidos, mas sim andar ao lado, como fazem os verdadeiros Irmãos.
Todos temos que ter a coragem de vencer o "medo", mesmo que estejamos todos ainda, (queira Deus sim), em construção, como disse Foucault : “não me pergunte quem sou, e não me diga para permanecer o mesmo!” Enquanto tivermos força para dizer “eu não sou, eu estou”, ainda valerá a pena ser maçom.
Que todos nós tenhamos a coragem e a competência de oitavo dia, dizer: Faço-me a imagem e a semelhança do meu Criador. E por gentileza, NÃO CONCORDEM COMIGO.
OBS.: Texto sem revisão.
C.A.M. e T∴F∴A∴
Ir.´. Marcelo Artilheiro
Joinville (SC), 27 março de 2020

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