DE PEDRA BRUTA A PEDRA ÚTIL, "POLIDA" NÃO!
- Irmão Marcelo Artilheiro
- 27 de mar. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 13 de jul.
Presente texto não tem por escopo reproduzir textos e pensamentos já incessantemente e cotidianamente repetidos em artigos, peças de arquiteturas ou apresentações, mas objetiva apresentar uma "nova" perspectiva e convidar a todos a uma reflexão, uma análise diferente das "pedreira", que simbolicamente, representam as Lojas em funcionamento, ou seja, uma linha de produção de "maçons", uma fábrica de "líderes", um linha de reprodução em massa de "pensamentos", aforismas, repetições de textos e etc, que infelizmente produzem Maçons pré-moldados ou "pré-fabricados". A ditadura de sermos iguais, falarmos iguais, de pensarmos iguais, o I, Robot ( Eu, Robô); o Eu, Maçom.
Tá tudo "errado"! inicialmente, convém dizer que não há modelos. O maçom não deve ser apenas seu próprio Escultor, mas também seu próprio Arquiteto (a sabedoria projeta). Ele busca o autoconhecimento ("conhece-te a ti mesmo"), para o autoplanejamento, autoaperfeiçoamento e a autoconstrução, dai o porque de na Arte Real não poder existir "linha de produção", a imposição de "modelos", de "pensamentos", e para tanto, a Pedra Bruta antes de tudo ou qualquer coisa, deve ser livre, deve ser retirada da Pedreira e também da linha de produção, e para tanto Nietzsche nos deu um conselho: “torna-te quem tu és“. Mas o que isso quer dizer? TORNE-SE MAÇOM.
Só pode ser livre (maçom) quem conhece a si mesmo.
Só pode ser livre (maçom) que constrói a i mesmo.
Só pode ser livre (Maçom) quem não serve a si mesmo.
O auto conhecimento é, em menor proporção, o conhecimento do próprio Criador (façamos o homem a nossa imagem e semelhança), destarte, o homem ao conhecer a si mesmo, compreende a Deus, compreende a arte real.
Assim, ser maçom é o ofício de planejar e esculpir a si mesmo, não de se deixar planejar e esculpir.
A supervalorizada pedra polida, aquela fabricada na "linda de produção", não tem valor. Não se pode esquecer que todo valor é um perspectiva e tudo que é fabricado em "massa" e é abundante, tem pouco valor, é simples: veja quanto você, pedra polida vale. Vejam quantos de "você" existem?
Temos que repensarmos o que é a verdade; qual a verdadeira função da Loja e o verdadeiro objetivo da Ordem, para alguns "fraternidade", mas, como os mais iluminados sabem, o nome não muda a natureza da "coisa". Assim, impõe-se compreender que pensar não é contemplar a "realidade" como posta, mas sim criar novas realidades. Infelizmente, adquirimos o hábito de pensarmos que a verdade é aquilo que nos foi dito ou aquilo tido como correto pela "maioria":, a ilusão da pedra polida, contudo, a verdade é cotidianamente criada, descoberta e recriada, o conceito tido como correto ontem, não é mais hoje.
Busca-se desesperadamente, se dar mesmas respostas para as mesmas perguntas, para que os "produtos" das pedreiras ratifiquem seu "acerto", o conforto da reprodução, a segurança da mesmice, a monotonia das "velhas fórmulas".
Mas é ilusão pensar que só porque os "mestres" dizem que a resposta esta "certa", que ela estaria "certa". A produção em massa das pedras e a igualdade de pensamentos oculta uma triste realidade, de que não há autoconhecimento, de que a pedra útil não pode ser produzida massa, não pode ser produzida a partir de preconceitos alheios a sua consciência. A verdadeira Pedra, a pedra útil, só pode ser autoproduzida, num lento, cotidiano e consciente trabalho interno. A mera aparência de pedra polida, oculta a inutilidade de tal pedra para a grande obra.
Assim, o primeiro grande inimigo da Pedra Bruta é medo, o medo de conhecer a si mesmo, medo de ser diferente, o medo de reconhecer a verdade, o medo de romper com as mesmices, o medo de dizer não, o medo de auto projetar-se, de não se deixar ser polido, mas sim tornar-se útil. O verdadeiro maçom não se deixa ser criado, manipulado e doutrinado, ele é seu próprio coautor (porque constrói em coautoria com Grande Criador) e ao mesmo tempo, não ousa construir irmãos (pedras polidas). Ao contrário do que pensam "alguns", os verdadeiros maçons (as pedras úteis) não querem seguir e nem serem seguidos, não querem servir e nem serem servidos, mas sim, andar ao lado, como fazem os verdadeiros Irmãos.
Todos temos que ter a coragem de vencer o "medo", mesmo que estejamos todos ainda, (queira Deus sim), em construção, como disse Foucault : “não me pergunte quem sou, e não me diga para permanecer o mesmo!” Enquanto tivermos força para dizer “eu não sou, eu estou”, ainda valerá a pena ser maçom.
Que todos nós tenhamos a coragem e a competência de oitavo dia, dizer: Faço-me a imagem e a semelhança do meu Criador. E por gentileza, NÃO CONCORDEM COMIGO.
Joinville (SC), 27 março de 2020
OBS.: Texto sem revisão.
C.A.M. e T∴F∴A∴
Ir.´. Marcelo Artilheiro

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