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DOCÊNCIA MAÇÔNICA: DO CONTEÚDO CURRICULAR DAS LOJAS MAÇÔNICAS

  • Foto do escritor: Irmão Marcelo Artilheiro
    Irmão Marcelo Artilheiro
  • 8 de nov. de 2019
  • 3 min de leitura

A qualidade da formação dos maçons nas Lojas constitui um desses tópicos em que todos concordam com o diagnóstico pessimista e constrangedor, mas pouco se faz para corrigir.


Ao contrário do que se diz a maçonaria não é ou deveria ser apenas uma “escola de líderes”, mas sim de pensadores. Um “líder” que não pensa, apenas repete, não consegue liderar nem a si mesmo, pois um homem que não pensa por si mesmo, não pensa, logo, não lidera nem a si mesmo.


Para atuar e trabalhar de forma consistente e comprometida com as mudanças que passa o mundo e a maçonaria, o maçom, independente do seu grau, longe de um aplicador burocrático do ritual e das normas, ou simples repetidor de frases e leitor de trabalhos, precisa de uma formação adequada, que permita o diálogo com diversas culturas, ritos, ciências e grupos sociais e que não perca a sensibilidade e a percepção sobre o contexto maçônico, político e social em que se encontra e ainda sua ação na sociedade, maçonaria e em si mesmo.


Ao ingressar na maçonaria e ao longo de sua jornada de aprendizado, o Maçom não deve perder de vista a submissão à ordem ritualística, normativa e a ciência. A educação assume, assim, papel fundamental na definição da formação do Maçom, tornando-se relevante, inclusive, para a mudança deste, da sociedade e da maçonaria. Assim, com o escopo de fixar um conteúdo mínimo, no Grande Oriente do Brasil – GOB, o Regulamento Geral da Federação – RGF, fixou em seu artigo 96, o conteúdo pedagógico que deve ser abordado no processo de formação do maçom gobiano no qual fixou a necessidade da interdisciplinariedade, verbis:


Art. 96 – São deveres da Loja:

III – empenhar-se no aperfeiçoamento dos seus Membros nas áreas de Filosofia, Simbologia, História, Legislação Maçônica, Ética e Moral e promover o congraçamento familiar maçônico;


Logo, a formação maçônica é interdisciplinar, não apenas ritualística, portanto não pode apenas ficar restrita ao Ritual, como usualmente tratado, com notória ênfase (quando não só a estes) a temas como “pedra bruta”, “régua”, “esquadro” e etc., mas sim deve adentrar também em temas e conteúdos relacionados Filosofia, Simbologia, História, Legislação Maçônica, Ética e Moral.


As responsabilidades éticas da maçonaria são maiores do que as das demais instituições. A formação dos maçons é uma ação fundamental para gerar respostas não só a problemas da instituição, mas também aos problemas da sociedade e do próprio maçom, e não se consegue isto estudando apenas o Ritual.


Considerando o processo da formação maçônica, essa premissa nos leva a uma indagação: trata-se de uma crise na ou da educação maçônica?


Muitas Lojas infelizmente geram e formam apenas repetidores/copiadores e não pensadores “homens livres”; de bodes a papagaios. A educação maçônica não pode ser apenas a mera “transmissão de conhecimento”, mas sim a apropriação da cultura, visando o desenvolvimento maçônico, humanista, social e espiritual do maçom. Uma formação crítica e reflexiva, com senso de responsabilidade maçônica e social, gerando um compromisso com a cidadania.


Além da abordagem do conteúdo mínimo fixado no Regulamento Geral da Federação, cujo rol não é exaustivo, impõe-se reconhecer que a verdadeira aprendizagem não resulta da mera repetição do discurso verbal presente no Ritual, mas sim da relação de sentido que o Maçom é capaz de estabelecer entre o seu conhecimento prévio e o novo conteúdo/conceito, com o qual ele se depara em Loja. Durante seus estudos há que se fomentarem os processos interativos e cognitivos na construção do saber maçônico; a diferença entre repetição de conteúdo/ritual, gerando um pensamento crítico, uma educação maçônica voltada para a cidadania democrática e maçônica.


A educação, inclusive a maçônica, que não liberta, que não gera pensadores e não educa, torna prisioneiro o homem antes livre.

Obs. Texto sem revisão.


C.A.M. e T.F.A. - Ir.´. Marcelo Artilheiro - novembro/2019



 
 
 

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