FAST FOOD MAÇÔNICO
- Irmão Marcelo Artilheiro
- 7 de abr. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 10 de abr. de 2024
Aos que se enganaram em razão do tema, advirto que o presente texto não é sobre um drive thru maçônico ou um ágape acelerado, então me perdoem e podem, se assim o quiserem, abandonar a leitura.
Outro dia, acessei os sites de umas livrarias maçônicas e, após, visualizar algumas obras pude notar que os sites (livrarias) estão lotados de obras simplificadoras da maçonaria, há livros de autoajuda maçônica, clichês maçônicos, “xx instruções de mestres”, “cartilha do xxxxxxx maçom”, “mistérios do grau xxxx, “resumos” e etc. Infelizmente, cheguei a conclusão que algumas Lojas, irmãos e etc., estão divulgando e estimulando a cultura fast na maçonaria, inclusive por meio de “seminários” e outros eventos correlatos. Em outras palavras, impera a cultura da "simplificação", na qual, o importante é resolver o problema ou questão, ainda que de forma errada, como disse alguém que não me recordo: "... para todo problema complexo existe sempre uma solução simples, elegante e… completamente errada."
O tempo de estudo em loja tem diminuído drasticamente, muitas vezes, o conteúdo ou tema tratado nem mesmo é maçônico (não que não se possa e não se deva estudar tais conteúdos, mas temos prioridades). O expositor ou apresentador mais aplaudido é aquele que utiliza técnicas de coach, ou seja, inventaram que coaching maçônico. É hora de resgatar a tradição. Lugar de aprender maçonaria é prioritariamente em Loja, no tempo destinado a reflexão, lendo boas obras, refletindo e estudando, e sem a pedagogia da celeridade, com a qual se busca cumprir tão somente o tempo de aprendizado e disponibilizar irmãos para ocupar cargos.
Por sua vez, a mesmice, a reprodução de conceitos e fórmulas ultrapassadas, irrefletidas e equivocadas são incentivadas, ainda que sem dolo. O “ensino” é facilitado, simplificado, resumido e arcaico, produzindo maçons alienados e incapazes de desenvolver qualquer senso crítico, característica está sempre marcante dos grandes maçons. Por outro lado, aqueles que buscam e querem um conhecimento e ensino mais aprofundado, mais crítico e científico são chamados de “cricas”, “chatos”, “criadores de caso”, “desarmonizadores” e etc., em outras palavras, parece existir uma rebelião da mediocridade.
Alguns “eventos culturais maçônicos” adquiriram vida própria, alguns parecem ter virado negócios, certamente frutos da “mão invisível do mercado” como diria Adam Smith. Adianto que não sou contra a realizações dos BONS EVENTOS, oportunidades em que poderemos aprender, nos atualizarmos, trocarmos informações, revemos irmãos de outros orientes e certamente nos congratularmos com um "bom papo", regado aos mais variados líquidos e guloseimas, mas não podemos esquecer e abrir mão de que o lugar para aprender maçonaria é em Loja, lendo bons autores (não só maçônicos), lendo os Rituais, textos e normas e sobre tudo refletindo e pesquisando sobre o tema.
Certamente, seria mais fácil escrever sobre qualquer outro tema menos antipático, quem sabe até mesmo sobre a possibilidade de um drive thru maçônico gastronomicamente falando, ou quem sabe, apresentar a receita de um “prato rápido” para ser servido no ágape, mas como já foi dito por alguém (não me lembro e nem vou pesquisar no google srsrsrr): “A honestidade pode ser a melhor política, mas é importante lembrar que, aparentemente, por eliminação, a desonestidade é a segunda melhor política.”, eu, particularmente, prefiro a primeira.
Por fim, por gentileza, não concordem comigo.
OBS.: Texto sem revisão.
C.A.M. e T∴F∴A∴
Joinville (SC), 07 de abril de 2024

Triplo fraterno abraço meu nobre irmão, grato pelo relato e ou desabafo, concordo em gênero e grau!