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A Beleza Moral de Friedrich L. Schröder e o pensamento estético de Michel Foucault e Sigmund Freud

  • Foto do escritor: Irmão Marcelo Artilheiro
    Irmão Marcelo Artilheiro
  • 19 de jul. de 2023
  • 4 min de leitura

Atualizado: 2 de ago. de 2024

O escopo deste singelo texto é possibilitar reflexões ainda que embrionárias, sobre a Beleza Moral de Friedrich Ludwig Schröder (1744 – 1816), levando em consideração o pensamento estético de Michel Foucault (1926 – 1984) e de Sigmund Freud (1856 - 1939), na mesma linha em que escrevi “A Beleza Moral de Friedrich Ludwig Schröder e o pensamento estético de Friedrich von Schiller” (setembro de 2022 – Disponível em https://artilheiro7.wixsite.com/website-2/post/a-beleza-moral-de-friedrich-ludwig-schr%C3%B6der-e-o-pensamento-est%C3%A9tico-de-friedrich-von-schiller).


Destaco que os pensamentos abaixo expostos não representam ipsis litteris o que os escritores pensaram ou escreveram, mas sim as conclusões iniciais a que eu cheguei, após ler e refletir sobre algumas publicações e pensamentos do autores citados; conclusões estas a que não prendo, pois a mudança é regra primária da natureza. Destaco também, que foram realizadas algumas analogias e definições que merecem críticas, notadamente científicas, contudo, o objetivo foi didático e apenas acadêmico-científico.


Conforme se extrai dos ensinamentos de Schröder materializados nos Rituais (Aprendiz, Companheiro e Mestre, do Grande Oriente do Brasil - GOB), as fls. 89, na “oração”, quando do encerramento da loja, colhe-se a seguinte súplica: “Desperta o nosso sentimento para a beleza moral, para que a nossa vida seja igual a uma nobre obra de arte” e também no Ritual disponível no Colégio de Estudos do Rito, traduzido do Ritual de 1960 da Loja Absalão N.º 1, “Desperta nosso espírito para a beleza moral,” (Fls. 122).


A súplica dirigida ao Grande Criador revela antes de tudo uma deficiência do próprio homem (maçom) em seu pensar e agir, ou seja, ele tem consciência da sua imperfeição e que há necessidade uma dimensão estética no pensar e na conduta moral do maçom e que a beleza possui uma dimensão moral. De um lado a liberdade no uso cotidiano das regras e, por outro, uma imposição das regras (moral) no uso da liberdade, inclusive na liberdade de pensar, pois assim como não é ético e moral fazer de tudo, não é ético e moral pensar em tudo. Ainda que menos danoso, o pensamento imoral, aético, ilegítimo e ilegal, possui os mesmos efeitos no campo da moral maçônica e da busca pela perfeição; pois a beleza moral impõe a todos um destino que só se efetiva pelo trabalho incansável sobre si mesmo.


Nesse sentido: “ (...) mais do que novas interdições sobre os atos — é a insistência sobre a atenção que convém ter para consigo mesmo; é a modalidade, a amplitude, a permanência, a exatidão da vigilância que é solicitada; é a inquietação com todos os distúrbios do corpo e da alma que é preciso evitar por meio de um regime austero; [enfim,] (FOUCAULT, 1985, pp. 46-47).


A meu ver, beleza a moral, a ética e a estética em Schröder, Foucault e Freud nos obriga a ponderar sobre a liberdade de pensar e agir, a formular novos questionamentos e a problematizações da atualidade, ou seja, a estética da moral apresentada pelos escritores perpassa essa responsabilidade, essa autonomia crítica do maçom sobre si mesmo.


A busca da beleza moral é todo o pensar e agir realizados visando não apenas a conformidade do pensar e agir a uma regra (civil ou maçônica), mas também visando modificar a si próprio, sua personalidade, em direção a um maçom moral de sua própria conduta. Se procuro probidade na conduta, tenho que ser vigilante sobre meus desejos (pensar) e agir, tenho que assimilar todas as regras de probidade e executá-las com exatidão visando me transformar junto a minha conduta moral, este é o “despertar”.


Como seres sociais, “nascemos” inclusive "maçonicamente" já inseridos num universo de valores. Nossa formação enquanto indivíduos e maçons antecede o nosso nascimento e iniciação, pois somos impregnados de expectativas e valores de nossos antecessores. (Genitores, familiares, garantes, padrinhos, Lojas e etc.)


A personalidade (inclusive a maçônica) do indivíduo e do maçom vai se formando a partir da relação de seu mundo interno (o conhecer a ti mesmo) e é constituído por suas pulsões, sua herança genética, familiar e maçônica, e, sua relação com o mundo externo, Lojas, irmãos, Potência e sociedade. A noção estrutural do aparelho psíquico constituído segundo Freud em “O ego e o id” (1923/1980b), cujas definições primárias podem assim ser sintetizadas: id = segmento mais básico da personalidade, ego, é a consciência = o “eu de cada um” e superego constitui-se na última instância do aparelho psíquico mental a se formar, e tem como objetivo censurar, limitar e atenuar os impulsos que vêm do id, sobre as atividades e pensamentos do ego, são essenciais para a diferenciação dos conceitos de moral, ética, legitimidade, legalidade e etc., tanto relacionados a maçonaria como a sociedade.


O ego é uma parte do id que foi alterada pela influência de elementos externos e luta para conter ou substituir desejos primitivos (imorais, desproporcionais e etc.,). Assim, o homem ou o maçom vai introjetando os valores e limites impostos pela “cultura”, originariamente representada pela sua família, depois pela maçonaria e por fim, por si próprio em seu aparelho psíquico surgindo o superego. Assim, pode-se dizer que o “superego maçônico” é a beleza moral internalizada.


Portanto, a beleza moral deve ser utilizada como um padrão mental moral-cognitivo apta a reprimir e a limitar, estética e moralmente, o pensar e o agir do maçom sobre si mesmo e sobre a sociedade.


OBS.: Texto sem revisão.


C.A.M. e T∴F∴A∴

Ir.´. Marcelo Artilheiro


Joinville (SC), 19 de julho de 2023



Referências FOUCAULT, M.O Uso dos Prazeres.Trad. de Maria T.da Costa Albuquerque, RJ: Ed. Graal,1984.FOUCAULT, M.O Cuidado de Si.Trad. de Maria T. da Costa Albuquerque, RJ: Ed. Graal,1985.

Freud, S. (1980b). O ego e o id. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, Trad., Vol. 19, pp. 23-88)




 
 
 

1 Comment


educadorsocial.reichert
Jul 19, 2023

Excelente texto meu nobre irmão, se fez reflexivo, analítico critico do meu cognitivo comportamental!


TFA SFU

Atenciosamente ir.'. Adilson Reichet

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